18 de março, de 2024 | 07:00

Produtores rurais do Vale do Aço participam de ato contra alta importação de leite em pó

O movimento “Minas Grita pelo Leite" é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg)

Divulgação
Produtores estão preocupados com a alta importação de leite em pó dos países vizinhosProdutores estão preocupados com a alta importação de leite em pó dos países vizinhos
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Nesta segunda-feira (18), os produtores de leite de Minas Gerais irão realizar uma manifestação em prol da valorização e proteção da pecuária leiteira. O Sindicato dos Produtores Rurais de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso, Mesquita, Joanésia, Ipaba, Bugre e Iapu (Sindipri), capitaneado por Adauto Valamiel, realizará uma caravana saindo do Vale do Aço com destino a Belo Horizonte, onde terá o protesto.

O movimento “Minas Grita pelo Leite" é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), que conta com a participação de produtores de todas as regiões do estado. O objetivo é pressionar o Governo Federal quanto “às importações desenfreadas de leite em pó de países do Mercosul, em especial da Argentina e do Uruguai”. A entidade argumenta que a situação está resultando em prejuízos severos e ameaçando a permanência dos produtores de leite na atividade, tendo em vista os altos custos produtivos.

“Estamos mobilizando os produtores de leite, juntamente com toda a comunidade, para mostrar às autoridades que têm a caneta na mão, que precisamos de políticas claras e objetivas, que venham contribuir e fortalecer a nossa classe. Hoje, o preço do leite está muito baixo, principalmente pelas importações que o governo federal tem feito de países como Argentina, Uruguai. Então, precisamos conscientizar as autoridades para que o produtor de leite brasileiro tenha maior ganho, tenha condições de se sustentar na atividade. Hoje, para honrar seus compromissos, o produtor de leite está precisando de vender, principalmente as vacas, para poder custear suas despesas”, explica Adauto Valamiel, presidente do Sindipri.

Disparada de preço
As transações de leite e seus derivados com países estrangeiros são realizadas por empresas privadas para abastecer o setor, conforme a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade é composta por federações e sindicatos do setor produtivo de todo o país. As importações cresceram a partir de 2022, quando o litro do leite chegou a ser vendido por até R$ 8 nos supermercados.

Em 2023, a importação de leite em pó foi equivalente a 2,2 bilhões de litros, registrando um crescimento de 68,8%, em comparação com 2022. Para Valamiel, o momento é preocupante não somente para quem trabalha na produção do leite, como também para os consumidores.

“Essa situação não só é muito preocupante para o produtor de leite, como também para toda a comunidade. Uma vez que a produção diminui, podemos ter até desabastecimento, o que vem prejudicar não só a nossa classe, como também toda a comunidade consumidora do produto, que todos nós sabemos que é o principal alimento da mesa do povo brasileiro”, afirma.

Presença no ato
O presidente do Sindipri estima que cerca de 70 pessoas do Vale do Aço participarão do ato na capital mineira. Um ônibus foi alugado pelo sindicato, que levará os produtores de forma gratuita para o Expominas.

O “Minas Grita pelo Leite” alerta, ainda, para o risco de desabastecimento do mercado interno e consequente aumento do preço do leite ao consumidor final. O movimento pede a suspensão das importações subsidiadas da Argentina, a adoção de medidas compensatórias e imediatas para socorrer os produtores. Além dos produtores rurais, estarão presentes lideranças políticas e cooperativas.

Importância econômica
A pecuária leiteira está presente em 99% dos municípios mineiros, gerando emprego e renda para milhares de famílias. No país, são produzidos formalmente 24 bilhões de litros de leite por ano, e Minas Gerais é responsável por 27% dessa fatia. No estado, são 216 mil fazendas, entre pequenas e médias em sua maioria, e mais de mil indústrias de laticínios.

Reivindicações do setor leiteiro
Suspensão com as importações subsidiadas da Argentina ou adoção de medidas compensatórias e salvaguardas imediatas; Plano Nacional de Renegociação de Dívidas de todos os produtores de leite; Inserção permanente do leite nos Programas Sociais do Governo Federal; Ampliação da fiscalização no âmbito do Decreto 11.732/2023
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Comentários

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Wagner Martins da Rocha

19 de março, 2024 | 11:23

“Capitalismo para os lucros e socialismo para os prejuízos, o Brasil não é para amadores!”

José Geraldo Pereira

19 de março, 2024 | 07:22

“Parabéns aos que falam em favor da importação de produtos lácteos,saibam que lá fora de onde vem o leite com preço subsidiado os produtores são resguardados por seus governantes. Aqui se cobra impostos sobre alimentação básica,energia,gasolina saude. Ta na hora de pensar em mudança sobre cobrança de impostos. E proteger produtores que geram riquezas ao país.”

Feliz

19 de março, 2024 | 07:08

“O produtor vende a 90 centavos a industria revende a 2.50o litro e o supermercado a 4 reais.eo governo ganha imposto desde o produtor ate o supermercado ou seja se nao tivesse imposto sobre laticinios o leite sairia a 2.50 no supermercado ai e mais facil brigar para barrar a importaçao doque brigar para o imposto.por que o pai do pobre ta nem ai pros pobres.ele ta dormindo numa cama de 44 mil reais e se teu filho tem ou nao tem un leite o problema e seu”

Leitor

19 de março, 2024 | 05:54

“Na hora dos preços altos é o livre comércio! Na hora do preço baixo é a defesa do NOSSO produto!”

Pronto Falei

18 de março, 2024 | 19:40

“Leia se nas entrelinhas: querem barrar importação para depois aumentar o preço de produto. Cadeia produtiva do leite, do carro, do aço, não muda nada. O consumidor...ah esse e só um detalhe .”

Celio Cunha

18 de março, 2024 | 19:15

“Caro redator, de fato o movimento social, seja ele qual seja, tem sempre por nós o maior respeito, vez que lideramos e participamos de vários movimentos em busca de melhores condições para sociedade. No entanto, embora legítimo esse movimento, é preciso ter cautela quanto aqueles que oportunamente capitaneiam esse tipo de movimento apenas para fazer seus legítimos representantes de massa de manobra política. De mesmo modo, não podemos esquecer o preço do leite chegou ao patamar abusivo de quase 9 reais em plena pandemia, que esse tipo de atitude de muitos empresários soa bem que tipo de brasileiro são, agora mesmo estamos assistindo esse mesmo tipo, em plena epidemia de dengue e os preços dos repelentes estão lá lua. diante disso, penso que Minas está mesmo é precisando gritar em alto e bom som, que não aguenta mais esse tipo de empresários inescrupulosos, que Minas Gerais é o estado com maior números de pessoas resgatadas em situação de trabalho análogo ao escravo , isso sim uma vergonha que deve ser gritada todos os dias.”

Marcelo

18 de março, 2024 | 16:10

“Tem que comprar de fora mesmo .vcs aumenta os valor do seu produto e do seu funcionário vc aumenta salário com frequência como do leite? Vc não estão preocupados com nossa sociedade e sim.com seu bolso
.e justo subir o litro do leite a 200%enquanto o salário mínimo subiu 1.2%? Vcs produtores brasileiros soa aproveitadores yem que ter prejuízo mesmo assim vcs vão ver oq nós estamos passando”

Gildázio Garcia Vitor

18 de março, 2024 | 15:18

“Segundo a reportagem, a importação teve um crescimento a partir de 2022, ou seja, no governo do Presidente Bolsonaro, "quando o litro de leite chegou a ser vendido por até R$ 8 nos supermercados". Considerando que no momento ele está custando em torno de R$ 4, a medida tomada foi boa e necessária.”

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